Entrando neste ano de 2015, logo na primeira semana de Janeiro comecei a fazer uma arte que há muito era parte dos meus anseios por ser uma linha em que o pintor tem plena liberdade de correr os pincéis diretamente na tela sem planejar, sem desenhos prévios, deixando apenas que o impulso levado pelo ato de criar saia fluído, puro e livre na composição, sem apego ao formal, dando asas ao auto-estimulo criador que só termina quando passado por períodos de buscas dentro dos sentidos. As cores que sempre me seduziram vão sendo espalhadas conforme meu próprio momento, alheia ao mundo exterior, fazendo nuances e sempre me lembro que a harmonia mais perfeita que existe no mundo são encontradas nas cores do arco-íris. Não há beleza comparável a esse fenômeno. Suas cores harmoniosas não poderiam ser primazia de uma só causa, a natureza das coisas é o que há de mais livre na vida, ela é soberana por ser única na sua dinâmica, indiferente a fatores externos, porém incorporada e regida por todas regras e leis do universo em sua vibração como um todo.
.
"A arte abstrata, até mais do que a arte representacional, exige o encontro real, a sensação da própria coisa. Ela depende, para obter seus efeitos, sejam eles simples ou complexos, sensoriais ou conceituais, da presença do observador, que trás possibilidades de significado para suas apresentações de formas e cores, seus padrões e ritmos visíveis, suas formas, configurações e texturas. Os significados são criados quando essas realidades concretas invadem, por meio dos sentidos, a imaginação receptora. É no discurso em torno da arte que as palavras entram em jogo: falada ou escrita, a linguagem responde à imagem, articulando respostas pessoais que possibilitam a negociação de aspectos de significado compartilhados.
A arte abstrata tem muitas maneiras de tocar em coisas conhecidas, mas sua referência a acontecimentos em narrativas conhecidas nunca é literal e inequívoca: ela sempre exige extrapolação imaginativa."
[ trecho da introdução do livro Movimentos da Arte Moderna - Arte Abstrata - Mel Gooding]
Minha nova fase de abstracionismo, arte espontânea usando o
desfoque como técnica nas formas, marcando o ano de 2015 desde seus primeiros dias.
.
 |
60 x 70 |
 |
50 x 60 |
 |
70 x 90 |
 |
60 x70 |
.